quinta-feira, 28 de abril de 2011

Sessão 4: Diálogos à moda do Porto

     Após um longo período de férias, o Bichinho decidiu desafiar os alunos do 3º ano do Colégio D. José I a conhecer melhor a cidade do Porto. Para tal, o Bichinho convidou uma pessoa natural desse distrito.
     Como tem sido habitual, iniciámos a sessão com um vídeo, em que foram apresentadas imagens representativas dos diversos elementos culturais da cidade. Neste vídeo, as crianças identificaram alguns desses elementos culturais como a casa da música, a ponte D. Luís, os barcos rabelos, o vinho do Porto, a francesinha, entre outros. Deste modo, chegámos à conclusão que a cultura de uma dada região pode ser caracterizada, por exemplo, pela gastronomia, pela arquitectura e pelo turismo.



     Após esta fase, a pessoa convidada leu um texto com palavras típicas do dialecto portuense. Durante a leitura pedimos que as crianças escrevessem nos espaços em branco o que pensavam ser o significado dessas mesmas palavras, para que, posteriormente, em pequenos grupos tentassem chegar a um acordo. No final, ouvimos as respostas de cada grupo, sendo que a resposta correcta era dada pela nossa nova amiga.

O Bichinho no Bolhão
Certo dia, um ser estranho e curioso decidiu viajar até ao Porto para conhecer um dialecto com palavras e expressões muito engraçadas. Disseram-lhe que o melhor sítio para ouvir o dialecto portuense seria no mercado do Bolhão.
O bichinho pôs-se então a __________  (bulir) em direcção ao famoso local mas mal passou a Ponte da Arrábida, desatou a espirrar: “Atchim...irra, que _________ (briol) ”!  Mas sem se importar, continuou a sua viagem.
Já na ribeira, decidiu descansar um pouco e ___________________ (alapar-se) numa esplanada à beira do rio Douro a beber um _____________ (cimbalino).
De repente, ouviu uma peixeira muito _________________ (matrona) e decidiu pedir-lhe ajuda. “Será que ela me vai __________________  (endrominar)?” – pensou ele, mas a senhora foi uma simpatia e chegaram lá num instantinho! Ela andava muito rápido e tinha cá uma ______________ (goela)! O bichinho adorou ouvi-la mas chegou tão cansado, que pensou que lhe ia dar um _______________  (fanico)!
Apesar de ser um __________________ (trambalazana), o bichinho fez muitos amigos e fartou-se de dialogar e de _________________ (laurear)! “Que cidade fascinante...” – pensou, antes de partir. Depois de tantas aventuras, o bichinho foi ________________ (chonar) com o sentido de missão cumprida.
No final desta viagem, o bichinho guardava todas as palavras que aprendeu e o diálogo com a população portuense. E tu, já conhecias algumas destas palavras?

     Após esta actividade procedemos ao preenchimento dos passaportes e antes de finalizar reflectimos sobre as aprendizagens que temos vindo a fazer. 
     Relembrámos que em Portugal existem três línguas oficiais: a língua portuguesa, a língua mirandesa e a língua gestual portuguesa. Às variações que ocorrem numa língua, que são próprias de uma dada região, damos o nome de dialecto. O que caracteriza então o dialecto são as diferenças ao nível da pronúncia e as palavras e expressões características. Na sessão passada conhecemos os dialectos insulares, dos arquipélagos da Madeira e dos Açores, e com esta sessão, o dialecto setentrional, mais especificamente, do Porto.

P.S.: Para quem não conseguiu identificar o significado de todas as palavras típicas do Porto, aqui vão as respostas:
Bulir – pôr-se a mexer
Briol – frio
Alapar – sentar
Cimbalino – café
Matrona – desmazelada
Endrominar – enganar
Goela – garganta
Fanico – desmaio
Trambalazana – trapalhão
Laurear – passear
Chonar - dormir

2 comentários:

  1. Acredito que na sessão tenham todos descoberto a beleza do Porto e do seu falar. Ana Raquel Simões

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  2. Para eu que estou a aprender o português, e escolhi esta variante do Porto como pronúncia base, parece-me muito interesse esta publicação.

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